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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Fitch avisa que cortará rating de Portugal se FMI não vier

 


Depois de ontem ter insistido na inevitabilidade de uma intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) nos próximos meses em Portugal, a Fitch deixa hoje claro que, se tal não acontecer, cortará o rating da República, como sucedeu no dia seguinte ao chumbo do PEC IV no Parlamento e à demissão de José Sócrates.

Numa nota publicada hoje pela agência sobre as implicações do acordo assumido entre os Vinte e Sete no Conselho Europeu da semana passada, a Fitch diz que será “improvável” que daqui resulte uma melhoria das condições de financiamento dos países periféricos da zona euro, adiada que ficou para Junho a formalização de um documento sobre alterações ao fundo de socorro do euro (EFSF) e o funcionamento do mecanismo europeu de estabilização (ESM), que o substituirá a partir de 2013.

Sobre Portugal, a Fitch lembra que ficou claro que o país – reavaliado pela agência de A+ para A- no dia de arranque do Conselho Europeu, a 24 de Março – “não foi mencionado nas conclusões da cimeira, contrastando com o elogio que o Governo do país recebeu na reunião do Eurogrupo a 11 de Março, pelas medidas financeiras e estruturais adicionais”, nesse dia anunciadas pelo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos.

Se a cimeira de quinta e sexta-feira representou “um passo em frente na resposta política à actual crise e à implementação de um regime permanente de ‘resolução da crise’”, nota a Fitch, “só a conjugação de uma recuperação económica sustentada e a consolidação orçamental vão dar confiança firmemente para a solvência a longo prazo” de Portugal, Espanha, Grécia ou Irlanda, referidos indirectamente pela agência quando fala nos países periféricos da zona euro.

E o facto de a cimeira também não ter melhorado as perspectivas de que este grupo vai garantir o acesso aos mercados de crédito a partir de 2013, não contribuiu para a estabilização do perfil destes países perante os mercados de crédito e para os seus ratings.

Para além do caso português, a Fitch chama a atenção para a situação irlandesa (actualmente avaliada pela agência em BBB+), sublinhando ser também facto de preocupação o falhanço de Dublin nas negociações com a União Europeia para reduzir os juros a pagar pelo montante emprestado ao país quando foi socorrido, em Novembro.

Espanha, com a notação AA+, mantém-se em perspectiva negativa, o que quer dizer que a Fitch pode vir a baixar o rating da dívida soberana do país vizinho, a qual dependerá da evolução do programa de reestruturação do seu sector bancário.

Quanto à Grécia, lembra que o Atenas conseguiu uma redução de cem pontos base na margem dos juros e a extensão dos prazos de empréstimo, uma confirmação do “forte empenhamento político [europeu] em relação ao programa grego” de austeridade. Mas sublinha: a dívida soberana da Grécia “a curto e médio prazo” continua sob pressão.

 Notícia Apresentada por: Afonso Soares Nº3 10ºD

9 comentários:

Filipe Esteves disse...

O Artigo mostra a ameaça da Fitch de baixar o rating de Portugal se não for solicitada a ajuda ao FMI.A Fitch dá como argumentos que será improvável que do acordo assumido entre os Vinte e Sete no Conselho Europeu,resulte uma melhoria das condições de financiamento dos países periféricos. Diz também que Portugal não foi mencionado nas conclusões da cimeira, o que é um pouco estranho como argumento. E afirma que o facto de a cimeira também não ter melhorado as perspectivas de que Portugal e outros  garantam o  acesso aos mercados de crédito a partir de 2013, não contribui para a estabilização do perfil destes países perante os mercados de crédito e para os seus ratings. Estes argumentos lançados pela Fitch parecem ser uma desculpa para a posição tomada pela agência sobre Portugal. Como também parece que o que a Fitch esta a fazer é por e simples mente um chantagem sobre o país. Agora o que parece é que quem manda em Portugal são as empresas de rating e não o povo português.

Ricardo disse...

Esta noticia apenas vem reforçar o facto de que a entrada do FMI, foi forçada por completo.
Portugal, conseguiu através das medidas propostas no PEC1,2 e 3 reduzir a divida pública na ordem dos 60%, no primeiro trimestre. Isto era notícia suficiente para demonstrar ao mundo, que o nosso país tinha apesar das suas limitações, competência e ,capacidade para recuperar de forma lenta mas significativa.
As agências de rating agiram por puros interesses de diversos grupos particulares.
Mais do que a Fitch, a Moody´s e a Standard & Poor's. Provocaram um sufoco em torno de Portugal, os mercados reagiram, dificultando a obtenção de empréstimos e ainda mais grave fez com que os juros sobre a divida portuguesa aumentassem.
Apesar de Portugal ter mostrado constantemente que “fez os seus trabalhos de casa”, reduzindo a divida pública e efectuando os leilões da divida que se verificaram autênticos casos de sucesso. Contudo as agências de rating foram atrás do lucro que poderiam tirar da nossa situação, por exemplo no exacto momento em que se realizou o leilão de 12 de Janeiro, as bolsas norte-americanas iniciaram o dia em alta.
Recomendo que vejam, em resposta a esta notícia, um artigo do “The New York Times” escrito por Robert Fishman, sociólogo que critica duramente as agências de rating e chega mesmo a dizer que Portugal não precisava de ajuda externa.

Ricardo Lopes nº25 10ºE

carolina barros disse...

A notícia mostra-nos a ameaça que Fitch fez a Portugal com o objectivo de baixar o raring deste se não houvesse intervenção do Funfo Monetário Internacional (FMI) em Portugal.
Também foi publicada por esta agência que será improvável que através do acordo assumido emtre os Vinte e Sete no Conselho Europeu da semana passada, resulte uma melhoria das condições de financiamento dos países periféricos da zona euro. Acrescenta também aos seus argumentos o facto de Portugal não ter sido mencionado nas conclusões da cimeira.
E o facto da cimeira também não ter melhorado as perspectivas de Portugal e os outros países terem acesso aos mercados de crédito a partir de 2013, não contribuiu para a estabilização destes países perante os mercados de crédito e para os seus ratings.

Jorge favinha disse...

De acordo com esta notícia a Fitch baixa o rating de Portugal se o Governo não pedir auxílio ao FMI.
Em parte esta ameaça é um passo inicial para o Estado pedir a intervenção ao FMI, o que acabou por acontecer.
Com o FMI, o país poderá recuperar a confiança dos mercados que tem descido acentuadamente desde a demissão do Governo.

Mark disse...

Como se sabe Portugal tem andado a tentar a resolver a situação de crise através dos PEC (planos de estabilidade e crescimento), o que mostra que Portugal dava sinais de que conseguia resolver a crise sozinha, não sendo isto necessariamente verdade. Havia muita pressão para que Portugal recorresse ao FMI e com o chumbo do PEC 4 e consequente queda do Governo esta possiblidade torna-se praticamente inevitável e juntamente a isto as empresas de rating que sufocaram Portugal como diz o ricardo (dificultando a obtenção de empréstimos e fazendo com que os juros sobre a divida portuguesa aumentassem) tornaram a entrada do FMI praticamente “obrigatória”. Portanto, infelizmente Portugal teve que recorrer ao FMI, para resolver a situação de crise.

Mark Vaz nº17 10ºD

Tiago Oliveira disse...

Desde há muito que o governo português deveria ter chamado o FMI. Com o orgulho político, a fim de tentar resolver a crise ou pelo menos parar o seu impulso com este governo, a chamada à ajuda externa foi sendo adiada.
Como hoje se comprova, apesar de existirem várias boas medidas apresentadas por Teixeira dos Santos bem como presentes no chumbado PEC 4, o pedido da vinda do FMI foi forçado, pois como se vê nesta notícia, a agência Fitch ameaçava baixar o rating de Portugal caso o mesmo não o fizesse. Pois nos tempos que correm, um país decerto que não quererá estragar mais a sua imagem oferecida ao estrangeiro, logo, para continuarem a existir no nosso país os mínimos de investimento e apostas, que no fundo é o que se precisa, a ajuda externa teve inevitavelmente de surgir no nosso país.
Como referi em cima, a intervenção do FMI foi também necessária dado o chumbo do PEC 4 (Plano de Estabilidade e Crescimento), sendo este votado negativamente praticamente por toda a Assembleia da Republica. Este chumbo, trouxe instabilidade política a Portugal, e o actual Primeiro Ministro Demissionário José Sócrates, tinha-se ameaçado demitir caso este chumbo realmente acontece-se. Actualmente, para além de uma crise económica, Portugal conta ainda com uma crise política, pois não existe entendimento entre todos os partidos, o que faz decerto baixar ainda mais o rating e a consideração portuguesa "la fora", e não só nas agências, mas como na mente de todos os investidores, esses sim, que talvez conseguissem estabilizar a crise.

Tiago Oliveira N24 10D

Pedro Tomé disse...

Não estou totalmente de acordo no que diz respeito aos culpados pela situação com que nos deparamos, penso que a especulação só pode resultar se algo não estiver mesmo bem. Nós não somos as vítimas, mas sim o agente de destrutivo.

Devemos ter em atenção que quem alimentou a crise não foi o FMI, empresas de rating nem mesmo especuladores, mas sim Portugal, quando me refiro a Portugal não me estou somente a referir a más gestões por parte do estado mas também por parte da população em geral. No entanto, como é óbvio os especuladores não iriam perder a oportunidade de se aproveitarem dos nossos problemas, mas isso é algo com que já deveríamos contar. Já há alguns anos que nos encontramos em crise e encontrar-nos-emos em recessão, mas mesmo assim ainda não nos consciencializámos do estado financeiro em que nos vamos encontrar, digo isto, porque tenho noção de que as pessoas continuam com as mesmas despesas e não economizam o seu rendimento disponível, mesmo sabendo que serão gravemente afectados pelas medidas que estão para vir.

Cabe aos nossos governantes negociar bem a entrada do FMI em Portugal, de forma a reduzir o défice e a dependência externa, mas ao mesmo tempo não deixar que se criem instabilidades sociais nem que se comprometam empresas nacionais. Talvez um bom começo seria por reformas nos sistemas políticos, judiciais, entre outros.

Pedro Tomé Nº18 10ºD

henrique disse...

Mais uma vez voltamo-nos para a possível entrada do FMI em Portugal, neste caso quase como uma ameaça da empresa Fitch.

A Fitch indica que irá baixar o ranking de Portugal se este não aceitar a entrada do FMI em Portugal tal como aconteceu no dia a seguir ao chumbo do PEC IV que levou à demissão do Sócrates. Se Portugal tivesse aprovado o PEC IV talvez tivéssemos conseguido diminuir um bocado mais a dívida pública e o país talvez não estivesse nestas condições.

A Fitch afirma que a cimeira representou um passo em frente à crise e que será necessário uma recuperação económica sustentada ou seja será necessário uma consolidação do governo e económica.

Embora Portugal esteja numa má situação a Irlanda e a Espanha também. O único país onde podemos ver uma mudança positiva será a Grécia.

Ainda mais a entrada do FMI em Portugal é inevitável só assim é que o governo vai acordar e começar a tomar medidas.

João Aragão disse...

Esta notícia retrata a ameaça, feita pela Agência Fitch, que consistia em cortar Portugal do ratting, caso o Governo não pedisse ajuda externa, nomeadamente, ao FMI. Entretanto, o Governo pediu já ajuda externa, facto que faz desta notícia uma notícia desactualizada. A Agência Fitch é uma entidade que avalia, atribui notas e classifica países ou empresas, segundo o seu grau de risco. Creio que a Fitch não é uma agência totalmente fiável. Digo isto, porque, em 2008, a Agência Fitch atribuiu uma boa classificação à empresa/banco Lehman Brothers, umas semanas antes de esta falir, e, também, porque não previu as falências dos bancos islandeses e a bancarrota do país. Falando no caso de Portugal, julgo que o Governo português já devia ter pedida ajuda externa há muito tempo. Desde há ano e meio que se sabe da necessidade de ajuda externa. Era, aliás, essa a vontade do ministro das finanças Teixeira dos Santos. No entanto, essa vontade foi silenciada e José Sócrates preferiu aguardar na ilusão de que sozinhos conseguiríamos resolver os nossos problemas. Enganou-se. As taxas de juro atingiram os valores históricos de 9,2% e a situação económica do país começou a tornar-se incomportável, forçando José Sócrates a recorrer ao pedido de ajuda externa. Creio que se tivéssemos pedido ajuda há um ano e meio estaríamos melhor. Não teríamos o problema resolvido, mas estaríamos muito mais tranquilos.

João Aragão nº15 10ºD