
Depois de a comunicar a Cavaco Silva, num encontro em Belém após o chumbo do quarto Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC 4), José Sócrates disse, já em São Bento, que a Oposição "retirou todas as condições para o Governo continuar".
Por isso, Sócrates confirmou que pediu a demissão a Cavaco.
"Sempre alertei para as consequências negativas de um intervenção externa. Há toda uma diferença entre um País que resolve os seus problemas e um País que tem de pedir ajuda externa por não conseguir resolver os seus próprios problemas", disse Sócrates.
O primeiro-ministro lembrou a postura do Governo nos últimos dias, à procura de um entendimento quanto ao PEC4: "Foi por isso que mantive até ao último minuto o esforço de dialogar com todos. Ao longo destes dias fiz inúmeros apelos à responsabilidade. Lamento ter sido o único a fazer esse apelo e lamento ainda mais que nenhuma política tenha respondido a esse apelo", disse.
"Estou a cumprir o meu dever", sublinhou José Sócrates, garantindo que "o Governo vai cumprir o seu dever dentro das suas competências de governo de gestão".
"A crise política só pode ser resolvida pela decisão soberana dos portugueses", sustentou.
Sócrates acusou ainda o PSD de "sofreguidão do poder" e foi mais longe: "Há quem não hesite em enfraquecer as instituições portugueses. Há quem não hesite em colocar o interesse político acima do interesse nacional."
O líder do PS deixou ainda uma palavra de esperança, considerando que será possível ultrapassar as contrariedades. Ainda assim, reconheceu que "esta crise surgiu no pior dos momentos".
"Confio nos portugueses e no seu julgamento. Confio em Portugal", foram as suas últimas palavras.
Notícia apresentada por: Afonso Bento Nº4 10ºD