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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Sócrates diz que recorrer ao FMI não é opção

"Não admito recorrer ao FMI", assegurou hoje o primeiro-ministro, destacando que a aprovação do OE é uma boa notícia para os mercados. 

"Portugal não precisa de ajuda nem assistência para resolver os seus problemas", afirmou José Sócrates em entrevista à TVI, quando questionado sobre a hipótese equacionada por Teixeira dos Santos, de Portugal pensar em pedir ajuda ao FMI quando, e se, os juros da dívida pública portuguesa chegassem aos 7%. Hoje, fecharam muito perto dos 6,3%.

O primeiro-ministro sublinhou que não concorda com "os que estão sempre a falar do FMI e não escondem a vontade de que venha" porque "isso seria prejudicial para o nosso país", argumenta.

Na mesma ocasião, Sócrates disse que "temos condições para nos financiarmos e lutaremos por isso" e acrescentou que "não me preocupa a popularidade nem qualquer cálculo político, apenas a situação do País".

O primeiro-ministro destacou ainda que está a dar o seu melhor "para defender o País" e que "nunca ninguém me irá ouvir que o País está de tanga ou com as calças na mão".

Aprovação do Orçamento "é uma boa notícia para os mercados"

Sobre a aprovação da proposta de Orçamento do Estado para 2011, com a abstenção do PSD, o chefe de Governo defende que "é uma boa notícia para os mercados", oferecendo-lhes a garantia de que "Portugal está determinado em reduzir o défice".

Questionado sobre a subida dos juros da dívida de Portugal, no dia de hoje e ontem, Sócrates argumenta que "as razões não têm a ver com Portugal, porque também subiram os juros da Grécia e da Irlanda" e que "sem a aprovação do OE, os juros teriam subido mais".

O primeiro-ministro repetiu também que Portugal vai "cumprir exactamente os objectivos a que nos propusemos este ano, de um défice de 7,3%" e lembrou que neste momento, "a principal questão económica é o ajustamento orçamental que permita o financiamento da nossa economia".

Dividendo extraordinário da PT? "Não seria moralmente aceitável"

Sobre a política de remuneração dos accionistas anunciada hoje pela Portugal Telecom, o primeiro-ministro afirmou que a sua posição "é a mesma do ministro das Finanças", que comentou hoje a intenção da PT de pagar ainda este ano um dividendo extra aos accionistas.

"Não seria moralmente aceitável que a PT fizesse isso antes da entrada em vigor da nova lei", disse Sócrates, no mesmo sentido do que afirmou Teixeira dos Santos horas antes, de que "há uma diferença entre pagar os dividendos este ano e pagar no próximo ano".

É que, "se pagar já vai beneficiar de um conjunto de isenções fiscais que para o ano já não estarão em vigor tendo o orçamento aprovado, daí poder de facto transmitir essa ideia de que está a fugir ao pagamento de impostos no próximo ano", explicou Teixeira dos Santos.

Em entrevista à TVI, José Sócrates descartou ainda mexidas no Governo. "Sou eu que decido [uma remodelação]. Eu não entendo fazer uma remodelação governamental", afirmou.

Sócrates critica Roubini nas entrelinhas

Numa crítica a "muitos que só prevêem a crise depois dela acontecer", José Sócrates também disse que "ninguém previu esta crise" e que o Executivo por si liderado está a "conduzir uma governação muito exigente, muito difícil, num mar muito turbulento".

O primeiro-ministro deixou também a garantia de que os 500 milhões necessários para atingir a meta do défice no próximo ano, resultantes do acordo com o PSD, não serão conseguidos do lado da receita, até porque, assegurou, "este OE não prevê nenhuma receita extraordinária".

É por isso que, disse Sócrates, "os 500 milhões não serão em receita extraordinária. O que vamos fazer é cortar na despesa pública primária em todas as áreas, um pouco em todo o lado"

Pedro Tomé Nº18 10ºD

16 comentários:

Pedro Tomé disse...

Relativamente ao tema FMI, penso que Portugal, infelizmente, irá atingir os 7% de juros da dívida pública, e por consequência abriremos as portas ao FMI, que na minha opinião não será prejudicial para o país, pois não tem quaisquer interesses pessoais e por isso conseguirá reduzir as despesas e aumentar ligeiramente as receitas, ou seja diminuir significativamente o défice, mesmo que o Sr. primeiro-ministro não concorde com a sua vinda, talvez por conveniência, mas isso não nos é relevante. Contudo, na minha opinião o grave problema económico que enfrentamos não se resolve só com a diminuição das despesas, não quero dizer que não seja importante, mas penso que a grande solução está na riqueza que o país produz.

Pedro Tomé Nº18 10ºD

Afonso Bento disse...

O mais provável, é o FMI entrar em Portugal no ano de 2011.
Como já foi referido o FMI não governará o país, apenas tentará estabilizar alguns cortes nas despesas desnecessárias como viagens ao estrangeiro substituídas por outros mecanismos. Penso que o essencial é mesmo reduzir muitas despesas que de facto, podem e devem ser reduzidas. A notícia da aprovação do OE foi sem dúvida um factor, que abonou à subida dos valores na bolsa, pois como é óbvio a bolsa vive de especulações..
Concordo que José Sócrates tenha apresentado este tipo de argumentos, pois o necessário nesta altura é tranquilizar as pessoas, mas ao mesmo tempo alertá-las para tempos complicados. Julgo que nesta altura José Sócrates procura a compreensão da sociedade, mas não sei se será bem sucedido assim como a situação financeira de Portugal, que é o que realmente interessa para o caso.

Afonso Ramos Nº4 10ºD

Carolina Barros disse...

Na minha opinião o mais provável é o FMI ter de entrar em Portugal pois quase de certeza a dívida pública portuguesa chegará ao 7% pois neste momento a dívida pública é de 6.4%. Penso que não é prejudicial a entrada do FMI em Portugal pois só vai tomar medidas para que o défice diminuia.
Neste caso José Socrates não concorda com a entrada do FMI em Portugal pois pensa que podemos resolver o problema ecónomico de Portugal sem quaisquer intervenção do exterior.

10D esqm disse...

Tal como o nosso colega afonso bento referio o fmi nao ira governar portugal, mas sim ira por or politicos deste pais com o cinto bem aperrtadinho nos ministros e economistas de portugal , sim nada de carros topo de gama de mes em mes ou andar de jacto para uma reuniao de 5 minutos, en vez disso farao video chamadas. Bem FMI teme que Portugal esteja à beira da falência e reconhece que o país está a ser “empurrado para o abismo” pelos mercados internacionais.
No estudo ‘Fiscal Monitor’, o FMI refere que os mercados estão a apostar na falência “quase certa” de Portugal, num futuro breve, e acreditam que o país não vai conseguir pagar a dívida externa. Esta situação conduz ao aumento das taxas de juro, que ontem bateram no máximo histórico de 6,8 por cento.
Com esta conjuntura, Portugal tem cada vez mais dificuldade em financiar-se nos mercados internacionais. Os analistas admitem mesmo que o país pode ter de recorrer no próximo ano ao fundo de estabilização criado pela União Europeia e pelo FMI.
A dívida portuguesa a dez anos está esta sexta-feira (5 de novembro) a ser negociada a uma taxa de juro de 6,71 por cento!


Carlos tchioleca n8 9A

Filipe Esteves disse...

Sócrates, ao não querer a intrevencão do FMI, talvez tenha presente, por exemplo, a situação da Argentina, em que o FMI interveio, tendo essa intervenção agravando os probelemas já exixtentes de acordo com as palavras do presidente Nestor Kirchner já falecido. Devemos lembrar-nos que o FMI nao é uma organização humanitária, mas sim uma organização financeira internacional, com interesses próprios e cuja ajuda aos países em dificuldades tem sempre interesses financeiros e implica imposições na política económica desses países que podem não lhes ser favoráveis pelas suas futuras consequências económico-sociais, agravando depois a situação, ou seja pode funcionar como um presente envenenado.

A aprovação do Orçamento para 2011, talvez permita reduzir as especulações feitas com base na instabilidade política.

A antecipação do pagamento dos dividendos (lucros a dividir pelos accionistas) deveria ser considerada um crime fiscal de fuga aos impostos, uma vez que este pagamento seria antecipado com o propósito de não ser abrangido pela nova lei que prevê um agravamento fiscal que deve ser cumprido por todos. Estão em jogo 260 milhões de euros que não entrariam nos cofres do estado.

Filipe Nº10 10ºD

Tiago Oliveira disse...

Como se sabe, é possível que o FMI venha a entrar em Portugal a fim de tomar medidas para o equilíbrio da economia portuguesa. No entanto, o aparecimento do FMI no nosso país, significa que o governo não foi capaz de governar correctamente, o que de certo, será uma marca negativa afixada no actual Partido Socialista.
Se os juros atingirem os 7%, Portugal não terá outra hipótese.
Salários altos e bastantes regalias serão retiradas aos que as possuem, fixando e encaminhando para os apoios, tendo esses de ser correctamente seleccionados, é uma das funções do FMI.
A aprovação do Orçamento de Estado foi um benefício para Portugal, dado que, se o mesmo não tivesse passado, dia 3 na Assembleia da Republica, a dívida externa portuguesa e o constante descrédito no nosso país por parte dos mercados, teria ainda mais relevância e aumento. Penso que, agora a questão é se Portugal e o governo conseguirá mesmo aplicar o Orçamento de Estado, o que não acreditam os mesmos mercados tal como os outros países. Esperaremos se a negociação com a China acerca da compra da dívida publica Portuguesa ajudará ou não a balança da economia portuguesa.

Tiago Oliveira . Nº24 . 10ºD

João Aragão disse...

Entendo a perspectiva de José Sócrates, quando diz que recorrer ao FMI não é opção. A entrada do FMI em Portugal dará a imagem para o exterior de que o país não se consegue governar e isso irá criar ainda uma maior desconfiança por parte dos mercados internacionais. Como anteriormente disse, estou de acordo com a intervenção do FMI em Portugal, caso os juros da dívida pública portuguesa cheguem aos 7%. Se assim for, espero que o FMI consiga fazer o que o governo português não está a conseguir, quer por incompetência da parte dos governantes, quer pela própria irreversibilidade da situação. No entanto, julgo que a entrada do FMI em Portugal não será necessária, uma vez que o mais provável é que os juros da dívida pública diminuam. Digo isto, porque a China tem, nos últimos dias, manifestado interesse em investir em Portugal, em áreas como a energia, a alimentação, a banca e a indústria transformadora, em grandes empresas portuguesas cotadas em Bolsa, como a EDP, o BPI e o BCP. Este interesse demonstra, aparentemente, a confiança que o Governo Chinês tem na recuperação económica de Portugal. Toda esta confiança demonstrada pelo Governo Chinês pode despertar a confiança por parte de outros investidores estrangeiros, que resolvam, por essa razão, reduzir os juros da dívida pública portuguesa. Relativamente ao Orçamento de Estado para 2011, penso que a obtenção dos 500 milhões de euros necessários para atingir a meta do défice no próximo ano, deveria resultar, não só do corte da despesa pública, mas também da obtenção de uma receita extraordinária, conseguida através da criação de riqueza nacional. Estou de acordo com José Sócrates, quando diz que a aprovação da proposta de Orçamento de Estado para 2011 é uma boa noticia para os mercados. A aprovação do OE voltou a estabelecer a confiança por parte dos investidores estrangeiros, provando-lhes que Portugal está determinado em reduzir o défice.

João Aragão nº15 10ºD

henrique disse...

Na minha opinião eu ach que Portugal vai atingir os 7% de juros de divida e o FMI vai entrar em Portugal. Acho que isso por um lado é bom para o país pois irá ajudar a nossa economia por outro é mau pois os mercados externos deixaram de confiar em nós e provavelmente o governo cairá. A entrada do FMI em Portugal mostra que o governo Português não teve qualidade sufeciente nem organização para resolver os seus problemas económicos. Ao contrário do que o Primeiro ministro diz quando alega que Portugal tem recursos para recuperar desta crise eu não concordo acho que a entrada do FMI vai ajudar em muito Portugal. Acho que Portugal deveria apostar mais nas suas riquezas nacionais para exporta-las e para consumo próprio do que na importação

Ana Bela disse...

Concordo plenamente com a Carolina, mas também acho que Sócrates não quer recorrer ao FMI porque pretende demonstrar que através da aprovação do orçamento, ira conseguir fazer com que os juros da divida publica baixem. Mas provavelmente não ira resultar tendo Portugal que recorrer ao FMI

Bernardo Santos disse...

Infelizmente o que se previa, aconteceu! Os juros atingiram os 7%. Depois de toda a novela sobre a aprovação do OE entre PS/PSD para 2011 os mercados internacionais reagiram com cepticismo tal como a grande maioria dos portugueses.
Primeira conclusão, apenas se adiou uma crise já anunciada - "queda do governo" - que não aconteceu agora, mas irá acontecer depois das Eleições Presidenciais.
Penso que é inevitável e benéfico a entrada do FMI em 2011 em Portugal para tentar estabilizar as finanças e efectuar cortes na despesa pública que ainda são necessários, uma vez que começa a ser cada vez mais difícil a classe média suportar mais aumentos de impostos. Penso que só após a entrada do FMI conseguiremos ter alguma credibilidade junto dos mercados internacionais e por conseguinte a obtenção de financiamento externo com juros minimamente aceitáveis.

Mark disse...

Os juros da dívida pública já passaram os 7% ainda não se recorreu ao FMI. Eu realmente percebo que Sócrates não queira recorrer ao FMI, porque o que a FMI vai fazer é, diminuir as despesas, o que diminui um pouco a qualidade de vida (especialementa das pessoas do estado que deixam de ter carros de luxo e passam a fazer video conferências em vez de irem de avião só por causa de uma reunião). Além disso dá a ideia de que Portugal não se consegue governar o que cria uma desconfiança ainda maior por parte dos mercados internacionais. Eu espero que não seja preciso a entrada do FMI, mas pelo que parece vai mesmo ter de ser. E se assim for, ao menos que o FMI resolva o que o governo português não está a conseguir resolver.

Filipe Elvas disse...

Os juros já subiram para acima dos 7% e vão continuar a aumentar. Portugal precisa de ajuda para melhorar e a única solução que eu vejo é recoorer ao FMI.
O Sócrates nao recorrer ao FMI porque quere dar uma imagem que Portugal consegue superar esta crise sem a ajuda do FMI mas eu não vejo isso a acontecer.
Claro se vier o FMI a vida dos portugueses vai mudar, mas é preciso da ajuda do FMI.

Ricardo disse...

Eu concordo com a atitude de Sócrates, ao estar a tentar baixar a dívida pública sem ter de recorrer ao FMI, pois provaria que o país consegue sair da crise sem ter de pedir ajuda.
Mas, na minha opinião, tal não irá acontecer pois, o ministro das finanças tinha dito que Portugal iria recorrer ao FMI mal os juros atingissem os 7%, coisa que já aconteceu.


Ricardo Pereira nº19 10ºD

Afonso Pedroso disse...

José Socrates ao afirmar que Portugal não necessita de ajuda nem assistência para reslolver os seus problemas, está de certa forma a dizer que a situação económica de Portugal irá melhorar nos proximos tempos, sem a necessidade de recorrer ao FMI, no entanto, a divida pública portuguesa tem vindo a aumentar sem cessar, tendo já ultrapassado o limite dos 7% imposto pelo Ministro Teixeira dos Santos, tal acontecimento que demonstra a grande desconfiança que permaneçe nos mercados internacionais, mesmo após a aprovação do orçamento de estado. Ultrapassados os 7% delimitados pelo Ministro das finanças, seria de esperar que finalmente, se recorre-se à vinda do FMI para Portugal, de modo a endireitar a situação da divida externa, diminuindo as dispesas.
A vinda do FMI, na minha opinião seria benéfica a médio/longo prazo, pois as primeiras acções que são de esperar por parte do FMI seria o corte em certos abonos que os portugueses contam para viver, e a curto prazo poderia reduzir substancialmente o nivel de vida em especial da classe média, mas a longo prazo, saldaria parte das nossas dividas.
A questão da vinda do FMI para Portugal continua em aberto, pois mesmo com a divida pública a ter ultrapassado os 7%, impostos como limite suportável, a ajuda do FMI continua a ser negada, resta-nos agora, apenas o bom senso e uma decisão sensata por parte do primeiro ministro José Sócrates para solucionar o futuro do país completamente endividado.
Afonso Pedroso Nº1 /10ºD

Ricardo disse...

Penso de forma clara, que é vital não recorrer o FMI, acontece que este é claramente controlado pelos Norte-Americanos que têm especulado a nossa bolsa, por exemplo sei que a divida publica Irlandesa é superior á Portuguesa, é um país que não tem muitas garantias mas que mesmo assim os EUA não especulam sobre a Irlanda porque, muito simplesmente esta é clara protegida da Inglaterra, que é aliada dos EUA, não quero incentivar uma rebelião contra o FMI e levantar uma especie de uma fantasia acerca de uma conspiração mas é verdade que, o governo norte-americano, controla o FMI e favorece a quem lhe convem, mas mais do que dizer apenas os EUA é fundamental dizer que a politica ,actualmente, controla a economia pelo menos é lhe subjacente, eu vejo como solução,duas medidas muito simples:

1- Controlo mais rigoroso sobre a divida, um controlo muito mais competente em relação aos subsidios, que por vezes são mal utilizados.

2- estimular a industria portuguesa, relembro que Portugal nunca teve uma revolução industrial, todos os grandes paises tiveram a sua revolução industrial, que cá não existiu logo Portugal, está muito mais atrsado e a sua produção é insignificante! é preciso criar, desenvolver, produzir e comercializar, rapidamente e em força!

Anónimo disse...

No ponto de vista acho que recorrer ao FMI é a melhor opção tendo em conta que os portugueses não se conseguem "controlar" sem ser obrigados a isto mesmo, acho que não é preciso chegar-mos a uma situação de miséria para verem que o FMI é obviamente a melhor opção.
Por outro lado a vinda do FMI não é "aceite" por várias pessoas de cargos elevados com salários também elevados pois pode cortar nestes salários.
O FMI vai equilibrar a nossa economia pois irá de certa forma reduzir as despesas de Portugal e aumentar as receitas, e não põe uma "venda nos olhos" aos portugueses como algumas pessoas que estão no poder ao longo dos anos têm feito, ou seja como as despesas são altas aumentar ainda mais as receitas para parecer que as contas estão equilibradas e que está tudo bem.
Inês Moura , nº13 10ºD